Sobre a contribuição financeira à EFOP Vânia Bambirra
A EFOP é um espaço coletivo de formação política de orientação socialista e marxista, voltado à classe trabalhadora. Seu compromisso é contribuir para o processo de tomada de consciência de classe, de organização social e de crítica radical às formas de direção e dominação do regime de acumulação capitalista. Por essas razões, nossas atividades formativas são profundamente enraizadas nos princípios de independência, construção coletiva e compromissos militantes.
A manutenção das atividades da escola envolve custos operacionais concretos — desde a hospedagem e manutenção da página na internet até as plataformas de videoconferência, deslocamento de pessoas e materiais, construção de recursos de ensino, edição de vídeos e apoio aos projetos dos quais a EFOP faz parte.
Não contamos com financiamento de empresas, governos, entidades ou instituições. Nossa única fonte de novos recursos financeiros é a contribuição direta dos próprios participantes da escola.
Neste sentido, em 2025, foi instituída uma nova política de contribuições financeiras, que prevê taxas de inscrição em atividades de ensino como uma contribuição política, coletiva e solidária dos participantes, indispensável para a continuidade e expansão das ações da EFOP.
Esses valores são, por princípio, deliberadamente reduzidos, com o objetivo de garantir a participação de todas as pessoas. Assim, a EFOP buscará sempre assegurar que ninguém deixe de participar de suas atividades por razões financeiras, ao mesmo tempo em que socializa a responsabilidade pela sua sustentação, compartilhando-a com sua própria comunidade.
Além disso, a cobrança antecipada de taxas módicas cumpre uma segunda função importante: evitar a ocupação de vagas por pessoas que ainda não têm certeza quanto à sua real disponibilidade e desejo de participação. Em experiências anteriores, registramos uma taxa de abstenção alarmante — aproximadamente 40% — o que representa a exclusão de pessoas que efetivamente desejavam participar, mas foram deixadas de fora devido à limitação no número de vagas. Apesar de a EFOP, desde 2016, compor listas de espera, a maior parte das ausências ocorre sem aviso prévio, o que impossibilita a convocação em tempo hábil. A taxa, portanto, também opera como um compromisso simbólico com o processo formativo.
Sabemos que a classe trabalhadora é atravessada por enormes desigualdades. Por isso, casos em que o valor da contribuição represente uma barreira concreta à participação devem ser comunicados à coordenação da EFOP, para que possamos encontrar coletivamente alternativas — como a isenção parcial ou total da taxa.
A construção de uma escola da classe trabalhadora exige também um debate aberto e politizado sobre os meios materiais de sua sustentação. Contamos com sua compreensão, sua colaboração e, sobretudo, com seu engajamento neste esforço comum de formação e luta.
Direção da EFOP Vânia Bambirra