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Circulação da Balbúrdia - Evandro Coggo Cristofoletti
Circulação da Balbúrdia - Evandro Coggo Cristofoletti

mié, 04 ago

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Circulação da Balbúrdia - Evandro Coggo Cristofoletti

Disputando hegemonia: atuação das Think Tanks liberais na universidade

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04 ago 2021, 18:30 – 20:30

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Sobre o evento

Circulação da Balbúrdia - Evandro Coggo Cristofoletti

Disputando hegemonia: atuação das Think Tanks liberais na universidade

A tese está disponível na Biblioteca da EFoP.

Evandro Coggo Cristofoletti é doutor em Política Científica e Tecnológica pelo Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e membro do Laboratório de Estudos do Setor Público da FCA-Unicamp (LESP-FCA) e do Grupo de Análise de Política de Inovação (GAPI) do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Unicamp. É mestre em Política Científica e Tecnológica e Bacharel em Gestão de Políticas Públicas pela UNICAMP.

Çírculação da Balbúrdia

A “Balbúrdia” se tornou um símbolo involuntário das universidades públicas. O estandarte de ouro do ex-Ministro Weintraub para justificar o corte do orçamento dessas instituições, bem como de suas autonomias constitucionais. A propaganda vigorosa de difamação das universidades repercutiu em diversos dos aparelhos de propaganda do Estado, entre os quais os grandes jornais. Logo diversos editoriais clamaram pelo “fim da Balbúrdia”. Imagens das paredes de centros acadêmicos e edifícios abandonados foram banalizadas, notícias falsas e delirantes se proliferaram. O alinhamento é evidente: era preciso desmantelar o prestígio que essas instituições ainda detém diante da sociedade para extinguí-las. Mas que conhecimento é esse que se produz nas universidades e que é capaz de tirar o sono dos heróis da ordem e do progresso nacional? Deveríamos nós nos afastarmos de quaisquer depravações à intelecção da ordem? Deveríamos nos tornar cientistas brancos, de jalecos brancos, diante de quadros brancos? Muitos, dentre os quais entre nós, se agarram a essa imagem maculada da universidade como um espaço límpido de progresso e desenvolvimento. Nós, por outro lado, abraçamos a Balbúrdia.

A EFOP propõe um espaço de formação acadêmica e política para disputar a a universidade: a Circulação da Balbúrdia. Um espaço de debate sobre a produção acadêmica de esquerda das universidades públicas brasileiras. É um espaço para os pesquisadores apresentarem e discutirem suas teses e dissertações e colocá-las em circulação.

Resumo da tese

O objetivo da pesquisa é investigar a atuação das think tanks liberais, por vezes chamadas de institutos liberais, nas Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras, com foco nas universidades públicas. Em outras palavras, buscamos entender porquê e como os institutos liberais brasileiros atuam nas IES e nas universidades públicas. As seguintes perguntas guiam o estudo: por que as think tanks liberais atuam no campo do ensino superior e da ciência? Quais as motivações e objetivos desta atuação? Como procuram disputar a agenda da formação, da pesquisa, da extensão e da política universitária/acadêmica? Como a atuação dos institutos no campo do ensino superior e da ciência integra-se com o cenário atual de reforço dos projetos ultraliberais e conservadores? Trabalhou-se com a tese de que, principalmente nos últimos dez anos, as think tanks liberais vem expandindo quantitativamente e qualitativamente suas iniciativas voltadas ao campo da educação superior e academia, contribuindo com os processos de mercantilização e privatização do ensino superior e das universidades públicas no Brasil. Metodologicamente, recorreu-se às bibliografias que versam sobre as seguintes temáticas: debate sobre neoliberalismo e história do movimento intelectual neoliberal, com foco na escola austríaca de economia; neoliberalismo no Brasil e a gênese e expansão das think tanks liberais no país; atuação da Rede Liberdade no panorama atual de fortalecimento da agenda e de movimentos liberal e conservadores (por vezes chamados de Nova Direita); além disso, utilizou-se, para fins analíticos, os debates gramscianos relativos à hegemonia, aparelhos de hegemonia e intelectuais orgânicos. Empiricamente, a partir de um levantamento sobre o panorama atual da incidência de think tanks liberais no Brasil, a pesquisa mapeou as iniciativas, por parte destas organizações, que visam atuar nas IES, influenciando a agenda de ensino, pesquisa, extensão e a política universitária/educação superior. A partir deste mapeamento, procedeu-se com dois estudos de caso: o Instituto Mises Brasil, que busca se tornar o principal centro de referência acadêmico sobre escola austríaca de economia no Brasil, e o Students For Liberty Brasil, responsável por treinar lideranças liberais no âmbito da graduação e pós-graduação no país. Os resultados demonstram que os institutos liberais brasileiros, principalmente nos últimos dez anos, vem aumentando sua atuação no campo da educação superior, através de projetos e iniciativas voltadas ao público acadêmico, formação de grupos e clubes de estudo liberais, treinamento de lideranças liberais entre estudantes e docentes, bem como pela criação de novas think tanks a partir destes – no limite, tais elas se aproximam do campo acadêmico a fim de formar e recrutar lideranças políticas, especialistas e intelectuais orgânicos. Além disso, apoiados nas narrativas sobre “doutrinação de esquerda” nas faculdades e universidades, bem como defendendo agendas de privatização no ensino superior e na ciência, as think tanks liberais buscam inserir suas perspectivas teóricas, políticas e ideológicas nas agendas de ensino, pesquisa, extensão e política universitária. Como aparelhos privados de hegemonia, tais organizações contribuem, organicamente, aos processos de mercantilização e privatização do ensino superior e da universidade pública, defendendo projetos de educação e ciência que vão nesta direção.

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